Tuesday, February 5, 2013

Dona Sonia


Continuo a minha saga de homenagear alguns dos meus professores do Colégio Macedo Soares em São Paulo. Hoje vou falar sobre a Dona Sonia.

O ano era 1973, e eu não era muito bom para julgar idades. Mas acho que a Dona Sonia tinha saído da faculdade há poucos anos. Que era jovem, isso lá era.

Nossa sala da sétima série era pequena, parte de um experimento pedagógico, e naquele ano Dona Sonia era a nossa professora de ciências. Depois de dois professores indiferentes, na quinta e sexta séries, dona Sonia foi um choque. Muito entusiasmada, sua ciência predileta era obviamente a biologia, que ela ensinava com visível empolgação.

Apesar da falta de um laboratório operacional (o laboratório existia, mas ficava fechado!!!) dona Sonia arranjou diversos animais para dissecar e dar aulas de anatomia. Não me lembro se ela pedia contribuição da classe ou se tirava o dinheiro do próprio bolso. Mas me lembro do simpático sapo Joca, que foi devidamente anestesiado para seu sacrifício acadêmico, e de uma pomba. Acho que rolou algum mamífero também.

Além disso, tivemos que preparar um insetário, um projeto vultoso. Eu e meu irmão tínhamos um grande trunfo - nosso tio tinha um sítio lá em Parelheiros, e catou um coleóptero bem grande. Tão eficaz era dona Sonia que lembro até hoje os nomes das famílias de insetos.

Infelizmente, dona Sonia não ficou além daquele ano no Macedo Soares, e certamente fez grande carreira docente. Provavelmente ensine até hoje, pois era, como disse, bastante jovem.

Só digo uma coisa. Se os meus professores de geologia na faculdade tivessem a metade do entusiasmo da dona Sonia, hoje em dia eu seria um dos melhores geólogos do mundo!

Infelizmente nunca soube o sobrenome desta grande professora.

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