Wednesday, February 6, 2013

Dalva Fontes Indiani


Uma das primeiras coisas que reparei na Dona Dalva é que ela não usava avental, como a Dona Ofélia. Tinha também uma caixa de giz toda cheia de nove horas. E quando fui comprar o livro de matemática da quinta série do Colégio Macedo Soares, aí realmente fiquei impressionado - junto com Lidia Condé Lamparelli e outras duas professoras, a Dona Dalva era co-autora do livro que usaríamos. Melhor - da série que usaríamos durante o resto do primeiro grau.

Um amigo notou uma certa tática da Dona Dalva que aterrorizava muita gente. Na hora de entregar as provas, ela devolvia de acordo com a nota do freguês. Os primeiros tinham as notas melhores, ou seja o método Darwiniano seguia a ordem descrecente, martirizando os alunos principalmente em salas grandes. Em suma, a devolução de provas era um evento e tanto - não recomendável para cardíacos. Em quatro anos de Dona Dalva, nunca fui o primeiro a ser chamado - cheguei perto uma vez, na primeira prova que fiz com ela. Tirei nove, mas uma menina conseguiu nove e meio. Foram os quinze minutos dela, coitada, pois no resto do ano não foi muito bem em nenhuma matéria. E acho que que na sétima série cheguei perto em uma prova, tirei 8,5.

Com tudo isso, livros da sua própria autoria, falta de jaleco, caixa de giz especial, entrega de provas em ordem decrescente, a Dona Dalva intimidava a gente um pouco. Mas no fundo eu gostava dela. Certa feita fiquei nervoso por que queria ir ao banheiro, e saí correndo da sala. Ela não entendeu nada, nem tampouco meus colegas ou eu mesmo. Ainda bem que terminou em pizza, não se falou mais do assunto. Não que o Macedo Soares tivesse algum psicólogo de plantão para examinar alunos com problemas.

Na oitava série ela teve que se afastar por alguns meses, e a sua substituta, uma jovem cujo nome nem me lembro, mal sabia pronunciar 'x' ou 'y'. Chamava o primeiro de 'sis' e o segundo de 'ipso'. Eventualmente a Dona Dalva voltou, concluindo o nosso ensino matemático do primeiro grau.

Suas provas geralmente tinham quatro questões, uma por página do papel de prova. Que eu me lembre, ela era razoável para dar notas, levando em consideração não só os resultados, mas também o raciocínio dos alunos. Suas aulas eram bem organizadas, e seguiam a estrutura do livro. Era fácil estudar, mas, segundo disse anteriormente, eu tinha um relacionamento assaz doentio com a matemática, portanto não aproventei tanto o ensino da Dona Dalva. Uma pena.

3 comments:

  1. Carlos, em que ano você estudou com ela? Eu de 1963 a 1965,e para minha desgraça, ela tinha sido amiga da minha mãe na infância de ambas. Mas, ela ensinava bem. Aprendi, embora não no momento, mas qdo começou a fazer sentido para mim. E isto ela não respeitava. Tínhamos que ir no tempo dela. Como estará hoje?

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  2. Eu estudei no Macedo entre 1967 e 1969. Dona Ofélia foi minha professora de História e Dona Celina de Francês. D. Ofélia me reprovou por 0.5 ponto😮 merecidamente rsrs Aprendi a gostar do Francês por conta da Dona Celina. Alguém lembra das duas? Estudaram na mesma época?

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  3. Tenho lembrado muito de lá com saudades. Gostaria de encontrar colegas da mesma época. Fiquei lá entre os meus 12 e 14 anos se me lembro bem🤔 depois fui para o Zuleika de Barros. Saudades dessa época tão gostosa.

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